segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

PINGOS DE CHUVA.

Ainda não tinha amanhecido totalmente e o sol preguiçosamente começava a despontar no horizonte. Uma suave brisa tocava meu rosto e descalço e sem camisa comecei a caminhar pelo gramado.
Meus pensamentos pareciam estar em mil lugares diferentes ao mesmo tempo, pareciam estar completamente sem rumo. Sentia-me vazio, me sentia só e o silêncio do local e da hora me trazia algumas ondas de tristeza.
Não gosto de me sentir assim. Embora não fique incomodado de em muitos momentos do dia estar absolutamente só, sem a presença e companhia de alguém conhecido, não gosto de me sentir sozinho.
É como se caminhasse sem rumo, sem saber se haveria uma curva ou descida mais à frente e meus olhos nesses momentos parecem ficar nublados.
Não era minha imaginação e realmente o sol, ainda tímido, resolveu tomar outro caminho e preferiu dar passagem a grossas nuvens cinzentas que prenunciavam uma chuva para dentro em breve. Não sei dizer exatamente o que estava me motivando, mas me virei para a lugar onde as nuvens se concentravam e como estivesse lançando um desafio respirei fundo, abri o peito e fiquei na expectativa de que as nuvens se aproximassem para me respingar com suas gotas geladas .
Eu olhava desafiadoramente na direção das nuvens e naqueles momentos de, quem sabe, um pequeno delírio eu não via mais nada, não pensava em mais nada e só aguardava que os primeiros pingos de chuva caíssem. Era como se a chuva pudesse tirar do meu corpo aquela onda deprimida que agora tornava meus olhos opacos. Sentia claramente que o brilho natural deles tinha se afastado.
Murmurei que precisava daquela chuva no meu rosto, precisava tirar dos meus ombros o peso das preocupações. Imaginava naqueles breves instantes que com a chuva molhando meu corpo, pelos meus pés poderiam escorrer quaisquer amarguras que estivesse sentindo.
As nuvens vinham na minha direção e eu continuava lançando meu olhar mais desafiador, apesar de estarem sem brilho. Não tinha medo, não sentia frio e apenas aquela brisa suave acariciava meu rosto e embaralhava ainda mais os meus cabelos.
O silencio era absoluto e sem pensar que seria exagero, certamente estava ouvindo as batidas do meu coração. Não posso negar que o espetáculo era magnífico. Nuvens escuras que tomavam conta do céu sem pedir licença a ninguém e sem se preocuparem se incomodavam ou não, se seriam bem recebidas ou não, apagaram da tela que se vislumbrava a minha frente qualquer resquício do brilho do sol.
É impressionante como a sensação de solidão combina perfeitamente com ambientes com pouca luz. E naquele momento eu me sentia só, muito só. Precisava ter alguém ao meu lado e eu ria de mim mesmo, pois me lembrava de que pessoas que me conheciam me consideravam forte, muitas vezes imbatível frio e imperturbável.
Então senti na pele os primeiros pingos de chuva. Vieram delicados, como temessem ferir ou me despertar daquele torpor. Curiosamente não aumentaram de intensidade embora pudesse perceber claramente que não muito longe a chuva era mais forte e barulhenta.
Uma pequena poça formou-se ao meu redor e à frente, aqueles suaves pingos desenhavam circunferências em ondas que me lembravam minhas brincadeiras de criança quando atirava pedras num lago só para ver os círculos que se formavam. .
Uma folha solitária, já seca, mas num marrom firme caiu aos meus pés. E se não era também minha imaginação parecia estar serenamente absorvendo aqueles pingos mágicos, consoladores. Bobagem minha, pois a folha já estava morta.
Súbito, percebi que as nuvens mais pesadas se afastavam e então o sol resolveu dar as caras e se aproximou com toda força como quisesse deixar um recado de que agora era sua hora de dar um espetáculo gratuito no teatro maravilhoso da natureza.
Os pingos foram diminuindo e como quisesse me despedir estendi a mão bem aberta esperando que ainda pudesse recolher a ultima gota daquela chuva passageira. E aconteceu.
Deixei a mão em concha e logo consegui juntar um pouquinho que levei a boca. O gosto era bom já que era uma combinação do brilho do sol com o escorrer dos pingos daquela chuva amiga. Comecei a me sentir muito melhor. Fiquei mais animado, me senti mais reconfortado, fortalecido e agradeci ao Pai por mais um dia.
Dei meia volta e caminhei em direção a casa, aspirando bem fundo o gostoso cheiro da grama molhada.
Eu me sentia feliz, muito feliz…..

WRAMOSS

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

“O Beijo”

Cuspa nos lábios que te tocam
Sem desejo, desfaleça-te nas
Tramas astuciosas dos lábios que
Tocam-te ardentemente, o beijo

Roubado não merece castigo,
Consinta a reincidência, pois se
Faz arder em chamas, desfaleça-te
E se entregue a padecer no fogo.

Joel Costadelli.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

DONA...

....dos caminhos e meu pensamento
com você estou em qualquer momento,
minha vida, só é vida, se tenho você....

….do meu sorriso, da minha paz, do meu amor,
no meu jardim, não existe nenhuma flor,
que não seja, o ano inteiro, só você....

. ..do meu destino, do meu futuro e do que quero,
ouvir sua voz, pelo seu beijo, eu sempre espero ,
a minha vida, é bem mais vida, só com você....

….do que eu sinto , do sentimento, minha paixão,
minha musa, é só seu meu coração,
que tem amor, que tem mais vida, só com você....

WRAMOSS

NÃO ME PROPONHA....

….me conduza,
me mostre, me seduza,
me leve ao melhor caminho....
….me afague,
deixe que eu apague,
as marcas de um grande espinho....
….me entenda,
aceite, mesmo que eu pretenda,
lutar com o que apresenta o destino....
….me ame,
apenas deixe que eu te chame,
prá me alimentar do seu carinho....
….só um querer,
é pouco, que dor vai ter ?
O que não é dor, prá quem vive sozinho....
….....não me proponha.....
….....deixe acontecer......


WRAMOSS

CERTAS COISAS...

Ola Pessoal, mais um presente de um amigo, desta ves é do poeta WRAMOSS, ele me permitiu publicar aqui tres de suas lindas poesias.



Tem certas coisas que não posso fazer,
….uma delas é querer te esquecer...
Tem certas coisas que não consigo entender,
.....quando foi que comecei a te perder...
Tem certas coisas que queria esquecer,
…..a saudade de não mais te ter....
Tem certas coisas que me fazem sofrer....
…..que é poder sonhar e não te ver....
Tem certas coisas que guardo lembrança...
…..mas eu sei que não tenho esperança...
Tem certas coisas que me fazem chorar...
…..uma delas é não poder te tocar....
Tem certas coisas que o passado levou....
…...e a poeira do tempo apagou.....
Tem certas coisas que vou sempre guardar....
…...uma delas é que vou sempre te amar.....

WRAMOSS

Ola Pessoal

Ola pessoal, eu estou entre os 100 mais lidos no Recanto das Letras com a poesia “Eu te amo” e tem também “O Beijo” vão la conferir, boa leitura, um Abraço.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

“Folha seca”

Um tempo vencido, seu vigor
E passado, agora seca, Morta!
Caída ao chão, pisada por pés
Que apressados passam e sobre
Ela pisa!

Folha seca, desprendida do galho,
Vagando de um lado para outro,
Certa do acalento e frescor da chuva,
No chão duro repousa, seu tempo
Passou!

Folha seca, para tantos fez sombra
Tantos ninhos ocultaste, de sua
Mãe arvore deixaste, nem se quer
Tiveram de ti piedade, só em ti pisaste.
De ti não desviaram.

Folha seca, a ti se comparam os
Aflitos, os desesperançados, quase
Mortos! Porem, não é pisado,
E sempre voltam ao vigor da vida.
Perdoa-me folha!

Seria eu tão seco, Se a ti não
Observasse.

Joel Costadelli

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

ALÉM DA NÉVOA, DEIXEI VOCÊ"

Era você vida minha? Era você o amor
que eu deixei perdido nas brumas do tempo? ... Sim era você sim. Não tenho mais dúvidas, pois teu rosto se delineia nas minhas lembranças com tamanha perfeição que não me deixa dúvidas... Era você sim. Éramos tão felizes, tão completos, lembras? Brincávamos, rolávamos na praia, banhávamos nas águas límpidas do mar, do regato, das cachoeiras e dançávamos na chuva. Quando o sol aparecia eu o saldava, pois, assim tu me ensinaste. Era você sim, meu grande amor, pois nos teus olhos ainda vejo o brilho das estrelas...
.
As estrelas que contávamos a noite, lembra? E assim de mãos dadas continuávamos nossa caminhada. No principio tudo era flores, ouvíamos felizes os cantos dos pássaros, o som das águas, do vento e você tocava sua lira. Eu me sentia tão feliz que dançava para você! Era uma dança leve e sensual, era a dança do amor... Você me tomava nos braços e amávamos intensamente lembras?

Continuávamos seguindo, ate que a estrada se tornava pedregosa e difícil, então você me carregava nos braços, pois você era forte, muito forte, mas um dia você chorou, lembra? Sentimos que não seria mais só nos dois..Uma vida se formava dentro de mim.e você mesmo sendo forte chorou...Era a emoção que embargava sua voz...

Agora éramos três e tudo era lindo. Um dia senti que o cansaço havia chegado e pela primeira vez eu te perguntei; Amor esta estrada e longa? E você apenas sorria e nada me respondia. Mas eu sentia que a minha estrada findava sim. E veio o inverno com ele o frio, e foi aí que te deixei num passado muito distante.
Teu rosto agora eu vejo novamente. Te reconheci nas tuas melodias, nas tuas poesias! A lembrança que me vem não me deixa dúvida, pois teu rosto é o mesmo que deixei um dia, muito alem da névoa do tempo...

(apenas um conto)
Conheçam a poetisa
Helena de Paula
no Recanto das Letras

“Amor de Pai”

Quantos sonhos, quantos planos,
Quantas lagrimam chorou por mim!
Quantas vidas viveu, quantas fantasias
Vestiu pra alimentar minha imaginação

De criança, você foi Super-homem,
Homem Aranha, bandido e, mocinho.
Em seus braços me ensinou os valores da vida,
Mostrou-me os caminhos do mundo,

Certificou-se que eu seria capaz de voltar
Pra casa! Pai, hoje já sou Homem feito,
E já sou pai, e já fui ate palhaço, pra fazer
Meu filho sorrir.

E como você me ensinou, eu não deixei
Ele me ver chorar, mesmo quando fosse
De felicidade, de tristeza então, nem pensar!
Hoje te vejo de cabelos brancos, ao lado

Da mamãe, e discretamente sorrio a imaginar,
Que eu um dia também vou ficar assim,
Eu ti amo meu pai.

Joel Costadelli

“Eu”

Quando eu conseguir decifrar quem
Sou, pode ser que já tenha esgotado
Todo meu tempo. A vida é tão breve,
E tanto pergunto sobre mim! Nas
Linhas em branco das paginas dessa
Minha vida, já houve tantas frases
Formadas, e tantas vezes apagadas.
Tantas vezes fui singular, e outras
Esfacelei-me em milhares de células.
Meu coração já se despedaçou, e já
Juntou-se tanto que às vezes penso
Ser indestrutível, só percebo que
Esta la, quando não suporto a
Solidão que invade o intimo
Do próprio eu.

Joel Costadelli

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

“Minhas Lagrimas”

Por quem escorrem minhas lagrimas?
Escorrem por ti, não tarda em olhar a
Minha dor, suplico que suporte o meu
Lamento, hó truculento ardor a que

Perdura este meu sofrimento! Meu
Coração esta deserto, meus olhos estão
Secos, deixa – me chorar, não me oculte
Com teu véu negro, que só aumenta

O meu Penar, hó minha doce amada, este
Instante só aumenta a cruel saudade dos
Tempos em que colhíamos as sensíveis
Flores dos roseirais longínquos. É por ti

Que escorrem minhas lagrimas, te suplico,
Não folga no conforto desta historia, mesmo
Que tenha a chave deste meu coração,
Pois não sabes se amanha, ainda choro por ti.

Joel Costadelli

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

“Meu Irmão, minha dor”

Há uma estrela la no céu, vê?
Esta tão só, lembrou-me aquele
Dia em que vi você no leito de dor,
Havia um olhar distante, um silencio

Em nossa volta, não sabia eu que
Seria a ultima vez em que pudesse
Falar-te sobre o amor de Deus, e
A areia do mar, ou das estradas em

Que caminhamos juntos na nossa
Infância, das vezes em que sorria feito
Bobo, por uma piada qualquer, ou
Quando vestia minhas roupas sem

Pedir há meu irmão, como se fosse
Possível esta estrela solitária entender-me,
Como se fosse possível eu esquecer de
Ti por um segundo só se quer, derrama

As lágrimas dos olhos de nossos
Pais todas as vezes que lembramos
De ti, bate descontrolado o coração
Da mamãe e a faz chorar copiosamente

Ao sentir a ausência tua, olhei novamente
Para o céu e a estrela já não esta la,
Olhei ao meu lado e tu também já não
Estava la, creio que a estrela solitária
Levou-te para habitar em seu lar.

Joel Costadelli

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

“Inocência”

Em silencio, parece sufocar as palavras
Que inda tendo razão, prevalecem seus
Lábios calados! Soa vazio e sem dolo
Os teus atos, de corpo despido, não vê

Pecado... Apenas suprindo uma parte de
Ti por necessidade.

Joel Costadelli